sábado, 24 de julho de 2010

15.703 dias de vida


Recebo diariamente um "boletim" de biorritmo via e-mail. Nele diz quantos dias de vida eu tenho... e hoje me atentei a esta informação, que costuma passar desapercebida... hoje tenho 15.703 dias de vida! Talvez este dado tenha me chamado à atenção pela proximidade do meu aniversário.

Quando vai chegando esta data, vários pensamentos se misturam em minha mente. Entre eles, a realidade de completar mais um ano de vida, ou seja, mais 365 dias de vida e aquele aviso do "diabinho": "está ficando velha, héin?". Do outro lado o "anjinho" vem e diz: "cada dia que passa você está mais jovem, de espírito!" e por aí vai. Tenho os pés no chão. Realmente sei que estou mais velha, a gravidade não deixa mentir! Mas também sei que me sinto cada vez mais menina, com sentimentos sublimes e inocentes, apesar da selva de pedra em que se vive hoje em dia.

Os sentimentos a que me refiro, que permeiam minha cabeça e coração, trazem uma emoção quase transparente. Dá para ver em meu rosto o olhar distante, pensando, pensando...

Nunca gostei de aniversários. Sempre dei um jeitinho de me esconder nesta data. Isso não era difícil, já que em julho, a maioria das pessoas está viajando e em férias: sempre salva pelo gongo. Aí, a convivência com pessoas festeiras foi me transformando temporariamente. Fazia de meu aniversário motivo para rever amigos, lembrar os velhos tempos, rir, cantar, compartilhar alegria. Mas no atual momento, retorno ao meu verdadeiro eu, e tenho vontade de sumir neste dia. Sou um tanto complicada na maneira de pensar. Não acho que devemos ser lembrados em datas específicas. Soa falso. Ao mesmo tempo tem aqueles que sempre se lembram de nós, e ainda assim querem nos abraçar! Soa verdadeiro. Que dilema! Por essas e outras que volto a dizer: não gosto de aniversários. Não dá para pular este dia no calendário? Um blackout, onde pudéssemos apagar por 24h e retornar "mais velhos"?

Bem, o que importa é que no dia do meu aniversário, seja lá onde eu estiver, e o que estiver fazendo, terei 15.706 dias de vida. É muita coisa! Nem consigo imaginar! Em pensar que, provavelmente, se minha longevidade estiver dentro das estatísticas e fora das exceções aterrorizantes, ainda terei mais uns 15.000 dias para viver. Há trinta anos atrás, quando eu tinha meus 13, a expectativa de vida do brasileiro não passava dos 55 anos! Definitivamente estou no lucro. Mas isso também depende do referencial: no lucro, se aqui for o Paraíso, e no prejuizo se aqui for o Purgatório. Fico com a primeira opção, dada a quantidade de momentos felizes que Deus tem me proporcionado. Não tenho do que reclamar! Mesmo com os altos e baixos demonstrados no gráfico acima, nos quesitos "intelectual, emocional e físico". Somos verdadeiras montanhas russas.

Sendo assim, a partir de agora, escolho viver cada um desses dias da melhor forma que eu conseguir! E "melhor", para mim, significa intensamente, sem ansiedade, sem medo, agradando à minha própria alma, fazendo o que gosto, sem que isso interfira negativamente na vida do próximo. Escolho valorizar aqueles que estão ao meu lado nos bons e maus momentos. Escolho ajudar àquele que me pedir ajuda e não àquele que eu acho que deveria ser ajudado. Escolho ouvir mais a Deus com todos os ensinamentos diários que ele me dá. Escolho ser boa, nem melhor nem pior. Não tenho que ser melhor em nada, tenho apenas que ser. Imagine se eu fizer tudo isso em cada um dos 15.000 dias que ainda virão pela frente! Certamente continuarei feliz!

O que você, leitor, tem a ver com tudo isso? Muito provavelmente nada. E aí que está o mote da questão. Entre as decisões de fazer o que gosto, está "escrever". Bem ou mal, sem importar-me com quem ou se alguém vai ler. Simplesmente escrever, perpetuar pensamentos, mesmo que seja para ninguém! Mas se você chegou até aqui, pense nisso! Viva para você, que o resto vem.




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